Não quero as nuvens negras
ameaçando tempestades!...
Eu quero ser o pássaro branco,
o pássaro leve que desliza
alegre na brisa que tamborila…
Quero acender uma estrela num chão de palavras…
Quero o som da chuva
imortalizado na delonga de um verso…
Eu quero o mar distraído,
e o odor do tempo suave,
e os restos de Atlântico nos olhos…
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Abandonai a noite medonha e feia
estimada como preciosidade!
Que não medrem mais as faíscas gélidas
que aplaquem o desespero das almas famintas de luz
que cesse, na alma, a chuva estupidamente persistente
parecendo não abandonar o céu!
Deixai a pomba branca
partir rumo ao pôr-do-sol
onde um brilho de alegria, bailarino perfeito,
começa a florir
nos conquista e encanta
e proporciona um espantoso cenário…
Olhai a vida
como um navio de luz resplandecente
a rasgar as águas deste rio doirado…
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Trajada de infinito
na una demência insana
encontra-se a lucidez
algures
numa esquina da mente
uivando sua dor sôfrega
entre cardadores de erectos abrolhos…
É urgente travar a evolução!
O alheamento disfarçado em cada ser,
numa ostentação faustosa de ventura
encobrindo cada ermo descampado
impúdico e perverso
na avidez de uma evolução
que se pretende interdita
o exílio da alma ante o corpo
contraiu matrimónio
com a ternura deprimente do progresso.
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Há um vulto iluminado pela lua
nesta noite esquálida de perfume
noite em que ao calor de uma carícia
se opõe uma brisa eivada
por odores pincelados de lírios
e discretas açucenas.
noite pura, cálida e fria
em que baila a geada em noite de julho
em que o trigo saltita e a cevada se agita
na brisa perfumada de uma espiga meneante…
Solitária miro a cigarra
cantando perfumes de verão
numa quente noite de estio perfumada
em que neva em meu coração…
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Serei talvez
um auspicioso trovador
num moderno caminho destruidor…
A noite será chocolate
para uns ouvidos áridos de mel
ante a luz suave do entardecer
e o crepitar de cinzas numa fogueira feita borralha…
À luz paciente da lua
aromatizada pelos gritos das flores
nascem pensamentos ridículos,
sorrisos que rapidamente morrem nos lábios,
à suave luz do entardecer
petrifica-se um amor de uma felicidade contrariada.
O dia engole a noite e a noite devora o dia…
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Deambulo errante numa estrada
que ruma a uma terra estéril
a um negro fundo de um precipício.
Entre o poço do passado e o abismo do futuro
há um firmamento estrelado de uma forma extravagante
engodado de uma perfeição estupidamente brilhante.
Em mim há um rebelde demónio
que me segreda sobre a falsa ciência do amor
que me murmura sobre esse sentimento obsoleto.
É fácil falar da dor
nesta existência sonambúlica.
Edite Gil
(Registado no I.G.A.C.)
Nadar bem…
procurar águas límpidas e cândidas…
Procurar
a difusão do brilho cristalino de um raio de sol
que se espraia pelas águas ondulantes…
Ter o discernimento suficiente
para não se deixar iludir por cores brilhantes…
Ser suficientemente inteligente
para se adaptar a alternâncias de correntes…
a variadas temperaturas da água…
Nadar,
nadar livremente…
Nadar livremente entre algas e corais
e ter tempo para apreciar a sua beleza…
Aproveitar a paz luminosa no mistério da vida…
Usufruir toda essa alegria
que só pode ser apagada pela confidência da morte…
…
Foi esta a história
que um peixinho me contou
quando eu era criança…
Edite Gil
(Registado no IGAC)
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